Entidades ligadas aos
movimentos LGBTs, entre elas o Grupo Gay de Alagoas, Pró-Vida, Parada
LGBT, e representantes da Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos
Humanos lançaram na manhã desta segunda-feira, dia 15, o movimento Basta
à Homofobia. O movimento, de caráter educativo, pretende implantar uma
nova mentalidade quanto ao direito dos homossexuais.
A mobilização foi motivada
por mais uma violência contra homossexuais registrada quando os jovens Carlos Eduardo Ferreira Mendes, 19 anos, e
Alisson Rotandaro dos Santos, 20, foram alvejados em um posto de
combustíveis localizado na Rua Cabo Reis, no bairro da Ponta Grossa em Maceió (AL).
Carlos Eduardo, também conhecido como Larissa Voguel, foi atingido por
quatro disparos e está internado no Hospital Geral do Estado.
De acordo com Dino Alves,
coordenador do Pró-Vida, os jovens teriam sido agredidos gratuitamente,
apenas por serem homossexuais. O crime se soma às estatísticas negativas
que apontam Alagoas como estado campeão em crimes contra homossexuais.
Os números são tão significativos que o Governo do Estado lançou um
grupo de trabalho, em 2010, para dar celeridade às investigações
envolvendo crimes homofóbicos.
Apesar dos inúmeros casos
registrados, as entidades LGBTs afirmam que o grupo de trabalho não
representou nenhum ganho para o segmento. “Matar gay no Brasil não dá em
nada. Todo agressor sabe que o processo (inquérito) será arquivado
apenas porque a vítima é gay”, defendeu Alves.
O movimento Basta à Homofobia
pretende, agora, não só cobrar do estado medidas reais para reduzir os
índices, mas um trabalho que atinja todos os segmentos da sociedade. “O
gay sofre preconceito em casa, na escola, na igreja, no trabalho, é
preciso um trabalho de conscientização”, defendeu Mônica Carvalho, da
Secretaria da Mulher.
Ainda segundo Carvalho,
atualmente a secretaria recebe cerca de cinco denúncias por semana de
violência contra homossexuais. “Esse número poderia ser muito maior”,
defende. “As estatísticas oficiais são mascaradas, porque até mesmo a
família nega que a vítima seja homossexual. O homicídio é o ápice da
violência, mas ela se manifesta das mais variadas formas”, avaliam as
entidades.“Nada justifica matar alguém apenas porque ele é gay, é
preciso mudar essa mentalidade”, finalizou Alves.

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